quarta-feira, 22 de outubro de 2014

“O JEJUM Á LUZ DA BIBLIA’

E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Tu, porém quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu pai, que está em secreto, e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente. Mateus 6.16-18.

    A palavra jejum define-se em abster-se de algo que gostamos ou usamos, quer seja parcial ou total, dando ênfase em sacrificarmos um pouco o nosso corpo, ou organismo, ou até a nossa própria vida, e nos integrarmos mais ao nosso Deus. Quando propusermos em nossos corações em jejuarmos, estaremos fazendo uma aliança com Deus. (Não barganha), mas sim demonstrando a Ele a nossa fé, amor, carinho, em servi-lo e o adorarmos, e que o Reino de Deus e sua justiça têm prioridade em nossas vidas, mesmo dependentes que somos dos alimentos para suster a nossa vida cotidiana, porém o suprimento espiritual para nossa alma e espírito é e sempre será prioritário, devemos observar atentamente o propósito, ou objetivo pelo qual iremos oferecer a Deus nosso jejum, não se esquecendo de contar a Ele, o desejo do nosso coração, em ver cumprido em nossas vidas, suas benéficas promessas, segundo a eficácia e a Glória do seu Poder, devendo observar atentamente com zelo, tendo começo, meio e fim, assim como a oração, que não podemos fazer de qualquer maneira, como faziam os escribas e fariseus com os seus dízimos, ofertas, orações e jejuns, conforme Mateus 6.5 e Mateus 23,23, e então Jesus se incumbiu de ensinar da maneira correta, preocupado com os seus discípulos, e ao povo neotestamentário, para não aprenderem errados, temos cerca de 20 passagens no velho testamento sobre o jejum, isso quer dizer que os judeus tinham a prática de jejuar, e o Senhor Jesus, quando fez o seu discurso, chamado sermão da montanha, que se inicia no capítulo 5 de Mateus, e que se termina no capítulo 7 do mesmo livro, Ele se preocupa em ensinar e advertir muitas coisas a respeito deste mundo, e o Reino Celestial. Consideramos o sermão da montanha, como uma cartilha para estarmos aptos a não errarmos e não sermos enganados, e sim, tendo a plena certeza e convicção em seguir o Senhor, eu digo que o sermão da montanha, é a bíblia resumida, e entre os maravilhosos ensinamentos encontramos o jejum, e assim, temos o privilégio de aprendermos com quem é mestre por excelência.

    Somos conhecedores, que o período dia e noite somados, tem 24 horas, então o nosso jejum, deve-se somar aos dois períodos, iniciando no começo do dia, que é a zero - hora, ou comumente chamado de meia noite, podemos nos alimentar até as 23,59 horas, e a partir daí começarmos nossa abstinência, e ao amanhecer, nossa rotina de vida, segue normalmente, como: lavar o rosto, pentear os cabelos, escovar os dentes, demonstrando estar alegres, e não contristados, como faziam os fariseus, para serem percebidos pelos homens, pois afinal o jejum é para Deus e não aos homens. O jejum poderá ser ao nosso favor, ou em favor de alguém, é bom lembrarmos que não devemos ser egoístas, lembrando somente de nós, ou alguém á nossa volta, assim como a oração, que devemos lembrar  de nossos amigos, irmãos, nossos pastores, e até pelos nossos inimigos, e assim devemos fazer também com o jejum. Não se tem uma regra de limite de tempo de duração, pois devemos saber, e reconhecer que somos limitados, e cada um deve-se conhecer os seus limites do corpo, pois não é legal alguém exagerar, depois ser conduzido ao hospital desmaiado de fraquezas, ou até ir a óbito, não tem também uma data específica como muitos usam somente na semana santa, “título encenado pelo catolicismo”. É importante que o jejum seja acompanhado de oração, e se possível leitura da palavra de Deus.
Quais os propósitos para jejuarmos?
Podemos jejuar ao nosso favor ou a favor de alguém, para Deus operar o milagre da cura numa pessoa, quanto às doenças, para ser resolvido um caso que aos olhos humanos é impossível, para sermos agraciados com os dons espirituais, como: batismo com o Espírito Santo, ou outros dons divinos designados por Deus a nós, também para obter conhecimentos no ministério da Palavra, para salvação de almas, especificamente uma pessoa, ou muitas pessoas que conhecemos ou não, em favor de uma nação, em favor de alguém, para ser liberto dos vícios, como dependências química também, ou outro vício qualquer, jejuar ao nosso favor para sermos cheios do poder de Deus, e termos intimidade com Ele, para que, quando vier a necessidade de expulsar demônios em o nome de Jesus, seja atendido, conforme Marcos 9,29, também os líderes das igrejas, pode jejuar, para Deus dá sabedoria nas direções certas, tomando decisões adequadas com o povo, julgando com retidão no propósito divino, como fez Salomão, no seu pedido a Deus, que assim diz o texto: Dá-me, pois agora sabedoria e conhecimento, para que eu possa sair e entrar perante este povo; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?
Tipos de jejum:
Total ou integral: é aquele que abstemos da alimentação e também de líquidos durante o período do jejum, como fez Moisés, quando no monte recebeu de Deus, os dez mandamentos, que assim diz o texto: E esteve ali com o Senhor quarenta dias e quarenta noites; não comeu pão, nem bebeu água, e escreveu nas taboas as palavras da aliança, os dez mandamentos. Êxodo 34,28. Porém queremos dizer, que ao homem natural é impossível jejuar num período de quarenta dias e quarenta noites, sem comer e sem beber, no caso de Moisés ele estava conectado á Deus, não estando em si mesmo como humano, e sim espiritualmente.
Jejum parcial I: é aquele que abstemos parcialmente como: deixar de alimentar-se, porém tomando líquidos, ou vice versa, como imaginamos que foi o jejum de Jesus quando foi conduzido ao deserto. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Mateus 4.2, o evangelista Mateus registra que o Senhor após jejuar quarenta dias e quarenta noites teve fome, se Ele estivesse ficado sem comer e sem beber evidentemente o evangelista citaria que também teve sede, então concluímos que o seu jejum foi parcial, tomando líquidos.
Jejum parcial II: Podemos jejuar tendo abstinência somente de um quesito que gostamos, como por exemplo; se eu gosto muito de tomar café, poderei jejuar abstendo-me somente do café por tantos dias, se gosto de refrigerantes, mesma coisa, e assim de outro qualquer alimento, ou bebida, vejamos por exemplo, o jejum de Daniel, no seu primeiro jejum, comeu somente legumes e bebeu água durante 10 dias, conforme Daniel 1.12, já no seu segundo jejum, registrado também no seu livro, Daniel durante três semanas se absteve de alimentos desejáveis, como carne e vinho, como expressa o texto: naqueles dias, eu Daniel, estive triste por três semanas. Alimento desejável não comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas. Daniel 10. 2-3.
Outras modalidades de jejum.
Os patrões, empresários ou comerciantes, também podem jejuar de seus serviços, durante um dia ou mais, abstendo-se dos trabalhos de sua firma ou empresa, ficando em casa com a família, orando e lendo a palavra de Deus, ou no templo como faziam os judeus, quanto aos empregados, não é bom, porque perderão os seus dias, e podem até serem dispensados dos serviços. Surgem também questionamentos, quanto aos casais, a respeito da abstinência sexual, sugerimos que é preciso haver consenso entre os dois, visto que eu não tenho domínio absoluto sobre o corpo da minha esposa, e nem ela sobre o meu, a nossa união conjugal nesta parte, depende da ação mútua dos dois, se combinados, com certeza pode se realizar.
Jejum solitário.
É aquele que eu mesmo sozinho tomo a decisão de jejuar, e não convido ninguém mais, e realizo o meu jejum.
Jejum coletivo.  
É, quando combinamos com mais alguém, para juntos jejuarmos durante um determinado tempo, quer seja com a família, ou um grupo de irmãos.
Jejum proclamado ou apregoado.
Quando o obreiro, ou pastor da igreja proclama um jejum, aberto para toda a congregação, por um determinado motivo, e também um determinado tempo, conforme I Reis 21.12, II Crônicas 20.3, Jonas 3,5.
Jejum solidário.
É aquele que nos solidarizamos com nossos irmãos, por exemplo; alguém está enfrentando algum tipo de problemas, ele convida-nos, ou convidamos o mesmo para fazermos uma campanha de jejum, e oração, durante o período de tantos dias, para que Deus na sua infinita misericórdia venha agraciar com sua benção, resolvendo o problema, como membros do corpo de Cristo que somos, devemos sentir as aflições dos outros, sofrendo juntos. Como nos ordena a palavra de Deus; alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram. Romanos 12.15.
Para que o jejum não serve.
    Não serve para perdoar pecados, se pecarmos e queremos jejuar para que sejam perdoados os nossos pecados, com certeza Deus não receberá esse jejum, os nossos pecados são perdoados, quando nos arrependemos, e pedimos perdão ao Senhor Jesus, que pelo seu sangue que foi derramado na cruz, nos purificará como descreve o apóstolo São João: Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça. I João 1.9. Como também nos ensina Salomão; o que encobre as suas transgressões, nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia. Provérbios 28,13. O jejum também não serve para apagar mágoas entre irmãos, inclusive, o Senhor não recebe nem as nossas ofertas, conforme o próprio Jesus Cristo esclareceu, que primeiro temos que reconciliarmos com o magoado. Assim Ele disse: Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta. Mateus 5.24. O jejum não serve para embelezar nosso corpo, como regime para perder peso, se for a intuição de jejuar para perder peso, o mesmo não será recebido por Deus, porque estará desviando o foco, podemos até sermos beneficiados pelo jejum, e emagrecermos, o que não pode é jejuar para emagrecer, lembremos o que Jesus disse. “Primeiro o Reino de Deus e sua justiça, e as demais coisas vos serão acrescentadas, Mateus 6,33”, pois o nosso propósito do jejum, é para Deus, e não aos homens. O jejum não serve para barganharmos com Deus, em troca receber bênçãos, de maneira nenhuma Deus aceitará. O jejum não serve para exigirmos alguma coisa de Deus, não temos o direito de exigir nada de Deus, Ele é soberano em suas decisões, não depende de nossas exigências. O jejum também não serve para competirmos com alguém, para que um seja mais crente que o outro. O jejum também não serve para Deus castigar alguém, não compete a nós este papel, e sim orarmos e até jejuarmos pelos nossos inimigos, para que eles também alcancem as mesmas bênçãos que nós, e se somos bênçãos, não podemos pedir a Deus para amaldiçoar ninguém, e sim, abençoar.

Em fim, cumprindo o tempo de nosso jejum, não podemos deixar de entregá-lo a Deus, senão estaremos fazendo pela metade, antes de nos alimentarmos, chegado o horário em que iremos encerrar o nosso jejum, devemos entregá-lo ao nosso Pai Celestial, conforme recomendou Jesus, isso com fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus, como descrito na epístola aos Hebreus 11.6. Devemos dizer assim, ou em outras palavras: Senhor meu Deus, eu entrego a Ti este jejum, recebas para honra e glória do teu Santo Nome, e que segundo a tua vontade, seja cumprido o desejo do meu coração, abençoa os alimentos que irei ingerir, e que sirvam de bem ao meu corpo físico, em nome de Jesus Cristo o Teu filho, amém. Não se esqueça de observar o seguinte: Se foi realizado um jejum total, procurar primeiro ingerir líquidos, para hidratar o corpo, e depois os alimentos. Queremos dizer também que o jejum pode ser por um dia, vários dias, semanas, meses ou anos, sempre tomando cuidado das nossas limitações, convém dizermos, que não devemos nos preocupar se alguém por ventura descobrir que estamos jejuando, o fato de Jesus citar que não devemos parecer aos homens que estamos jejuando, conforme Mateus 6,16, era porque os fariseus jejuavam na finalidade de serem vistos pelos homens, e até desfiguravam os seus rostos, para que todo mundo soubessem de seus jejuns, a glória e o galardão, eram simplesmente humana, às vezes estamos jejuando, e passamos numa casa de um irmão, na hora das refeições, e nos oferecem uma refeição, é melhor dizermos que estamos jejuando, do que mentindo dizer que já almoçamos ou jantamos, também na casa onde o chefe da casa não é crente,ou mesmo a esposa, que é o meu caso, não vou dizer que estou sem fome, ou que já me alimentei, estarei decorrendo num erro maior, que é a mentira, e sim direi que estou jejuando. Lembramos também que; por descuidos às vezes quebramos o pacto do jejum, sendo despercebido, e nos alimentamos antes da entrega do mesmo, devemos pedir perdão a Deus, pelo descuido, e quebra de pacto ou aliança, e no próximo dia, comece um novo jejum. Para finalizar, não podemos ficar calados, quando formos abençoados por Deus após o período do jejum, mas testemunharmos, para a honra e glória de Deus, que Ele se sentirá prazerosamente honrado, veja que Jesus disse: “Teu Pai que vê em secreto, te recompensará publicamente, Mateus 6.18b”, isto quer dizer, que devemos publicar a benção recebida, porém se não formos atendido, não devemos ficar tristes, ou desmotivados, pois a vontade do Todo Poderoso, é soberana, ampla e mais correta. Amém.           


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