“CULTUANDO O PRÓPRIO CORPO”

Porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir. I Timóteo 4:8.

      Observando atentamente, a carta do Apóstolo São Paulo, ao Jovem Timóteo, vemos o belo e glorioso conselho do Apóstolo, a respeito do corpo, para ter cuidado de não ser cultuado, colocando a beleza em primeiro lugar, visto que tudo que colocamos em primeiro lugar em nossas vidas, faremos o inverso do que Jesus nos ensinou; buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Mateus 6:33.  No sermão da montanha, o mestre ensinava aos seus discípulos o padrão de vida do verdadeiro adorador, e quando tiver necessidade de algo, não se preocupar, pois temos um Pai celestial, que cuida até dos lírios do campo, e quanto mais de nós, e ensina-nos, que nada neste mundo venha ser prioridade em nossas vidas, a não serem o Reino de Deus e sua justiça, inclusive os nossos corpos, vejamos que o Apóstolo também tem a mesma preocupação no seu ensinamento, o exercício corporal, para pouco aproveita, ele não disse que não tem aproveitamento, mas sim, pouco, porque tem outra necessidade primordial, que é santificar-se o espírito, alma, e corpo, conforme I Tessalonicenses 5.23. Não é pecado preocupar se com o corpo, embelezar-se, vestir-se bem, se apresentar bonito e cheiroso perante a sociedade, o pecado está em cultuar o seu próprio corpo, em vez de cultuar a Deus, cultuando o corpo, a pessoa está fazendo ídolo de si próprio, esquecendo-se que qualquer tipo de idolatria é pecado. Jesus disse a João na revelação do Apocalipse, que os idólatras ficarão fora do céu, juntamente com os demais que praticam a impiedade, e amam e cometem a mentira. Apocalipse 22.15.

      Conforme estudos do VI congresso português de sociologia, da universidade nova de Lisboa, faculdade de ciências sociais e humanas, reunidos nos dias 25 a 28 de junho de 2008, discorreram sob o tema: “Mundos sociais saberes e práticas”. Baseado nesse artigo, concluíram que as relações estabelecidas entre o tipo de corpo ideal, e os investimentos efetuados pelas adolescentes, normalmente as dietas e o exercício físico, numa sociedade de consumo, as convicções e convenções são substituídas pela flexibilidade e pela mobilidade, permitindo deste modo, e através do próprio consumo, transformar as representações da ‘boa vida’ em realidade. Por isso a construção do “eu” traduz-se na posse de bens desejados e na prossecução de estilos de vida que envolve uma data construção corporal. Funde-se a preocupação interna com a saúde e a preocupação externa com a aparência, o movimento e o controle do corpo. Ainda o congresso citou os dois fatores fundamentais na sociedade de consumo; a dieta e o exercício físico, que segundo os estudiosos do congresso, os investimentos corporais são usados para preservar a vida, aumentando os seus prazeres, que passam por consumir, gastar e saciar o desejo: O corpo na cultura de consumo é então um veículo de prazer. Mostramos como, com base na comparação social, as adolescentes desenvolvem estratégias socialmente aprovadas para alcançar o tipo de corpo que lhes permitem uma nova forma de ascensão social.  No referido congresso, foi apresentado à tese do sociólogo britânico, Anthony Giddens, que o culto do corpo e da aparência encobre assim a preocupação com o controle ativo e com a construção do corpo através das várias opções de estilos de vida que a modernidade reflexiva possibilita. Dá-se então uma espécie de fusão entre a preocupação interna com a saúde e a preocupação externa com a aparência, o movimento e o controle do corpo. Por isso, hoje ter-se um corpo musculado, tonificado, firme, simboliza uma atitude social correta, uma vez que corresponde a uma preocupação com a maneira como se parece aos outros. O consumo e o investimento na imagem corporal referem-se aos comportamentos desempenhados pelos indivíduos para manter ou realçar a sua aparência, ainda citando o contexto sociocultural, são, contudo comportamentos que podem envolver diversos riscos para a saúde, no sentido em que alguns são mesmo sintomáticos de perturbações alimentares. Inclui, para além do exercício físico, beber muita água, saltar refeições, contar calorias alimentares, ou fumar e, num grupo considerado de comportamento extremo, no sentido de serem perigosos para a saúde: jejuar, fazer dietas rápidas, tomar diuréticos, vomitar, tomar comprimidos para emagrecer e laxantes, Aliás, os últimos três comportamentos, como: vomitar, tomar comprimidos para emagrecer e usar laxantes para perder o peso, pertence ao grupo das práticas patogênicas de controle de peso.

    Toda essa situação, referenciada pelo congresso, diz-se a prática do culto ao corpo, quando não conseguem cumprir seus desejos, enfrentam uma vida depressiva, achando-se feias e excluídas da sociedade, quanto ao jejuar para perder peso, não tem nenhum proveito espiritual, devemos jejuar, para termos comunhão com Deus, como também para situações difíceis e impossíveis de serem resolvidas humanamente, e não para beleza de nossos corpos. É claro, que não podemos ser relaxados a ponto de deixar de qualquer maneira o corpo, temos que ter zelo, cuidado com o mesmo, pois é o templo do Espírito Santo, como disse Paulo: Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? I Coríntios 6.19. Porém, temos que diferenciar, entre zelar, cuidar, de idolatrar-se, ou cultuar o próprio corpo, sendo egoístas de si mesmo, não tem piedade, não se preocupa com o Reino de Deus e sua justiça, muito menos com seu semelhante, visto que toda atenção é voltada para si mesmo, tem gente que não alcançando seus objetivos, de deixarem os seus corpos nos moldes da sociedade moderna, chegam a tirarem suas próprias vidas. Para alguns especialistas nesse assunto, dão o nome de corpolatria, que é a preocupação exagerada com o corpo, é uma espécie de doença da modernidade, os cuidados não estão ligados a saúde, mas a beleza física. Convém dizermos também, que a vaidade masculina também está em alta, há cada vez mais espaços exclusivos para este público, e estão concorrendo com as mulheres, freqüentando salões de belezas, academias, tomam até anabolizantes para terem os seus corpos esculturais, e aumento da massa muscular, para obter a barriga de tanquinho, porém a alma e o espírito, chorando e gemendo angustiados dentro de si, com desejos do verdadeiro culto como nos aconselha o Apóstolo São Paulo que diz: Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifícios vivo santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Romanos 12.1. Ao invés de cultuar o nosso corpo, é melhor cultuarmos a Deus apresentando o nosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, adorando-o de todo nosso coração, na beleza de sua Santidade, pois é o único que merece culto e adoração.

     O Apóstolo São Pedro, dá o conselho às mulheres quanto ao adorno, e ao embelezamento físico, assim diz: Considerando o vosso procedimento casto e com temor. O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura de vestidos. Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos. I Pedro 3: 2-5. Para que o nosso corpo seja o templo do Espírito Santo, é preciso abrirmos as portas de nossos corações, para que Ele faça em nós, a sua habitação, aí iremos compreender o quanto é valoroso cultuarmos a Deus, e não a nós, e que também o nosso ídolo, seja unicamente aquele que morreu na cruz por nós, e vivo está para todo o sempre, como Ele próprio se identificou, quando apareceu a João na ilha de Patmos, que assim disse: E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. Apocalipse 1.18. A este devemos prestar toda a nossa homenagem, adoração e louvor, porque um dia Ele morreu por nós na cruz do calvário; o qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras. Tito 2.14. Amém.